A violência obstétrica

A violência obstétrica se refere aos diversos tipos de agressão a mulheres gestantes, seja no pré-natal, no parto ou pós-parto, e no atendimento de casos de abortamento.

São vários tipos de violência, seja por omissão no atendimento, por violência física, verbal e psicológica.

As pessoas que podem praticar essa violência contra a mulher são: médicos(as) obstetras, enfermeiros(as), anestesistas, técnicas de enfermagem, recepcionistas e a administração da clínica ou hospital.

O Tribunal de Justiça de São Paulo, em caso de falta de assistência do hospital, julgou o dano moral configurado e que decorreu do sofrimento resultante da violência obstétrica a que foi submetida a parturiente, que também se estendeu ao genitor ao presenciar o nascimento da filha. Em tais condições fixou em R$ 60.000,00 em desfavor do hospital.

Há ainda diversos julgados no Poder Judiciário nos quais se comprova que a equipe médica ou enfermeiros proferem xingamentos à parturiente.

O pós-parto também abrange essa categoria de violência nos casos de tratamentos e cuidados do pós-operatório em que há omissão. No Tribunal de Justiça do Acre houve uma condenação em 70 mil reais em desfavor do hospital por negligência médica.

O parto por cesariana, que rende mais ao setor obstétrico, também é uma triste realidade, pois o nosso país é o segundo que mais realiza esse tipo de parto no mundo.

A violência verbal por comentários constrangedores, ofensivos ou humilhantes à gestante também é outra face oculta de tudo isso. Seja para inferiorizar a mulher por sua raça, idade, escolaridade, religião, crença, orientação sexual, condição socioeconômica, número de filhos ou estado civil, seja por ridicularizar as escolhas da paciente para seu parto, como a posição em que quer dar à luz.

A maternidade é uma dádiva, mas num país machista e excludente como o nosso, esconde esses tipos de violência que atingem milhões de mães parturientes.

O casal tem direito à indenização, muito embora os tribunais condenem em valores inexpressivos. Essa realidade precisa mudar.

O “deixa para lá” tem que acabar e as mães e pais têm que denunciar esse fato que ocorre em uma em cada quatro mulheres no Brasil.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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