Os dribles de Silveira

Ministro tem dado desde o ano passado vários dribles em deputados que compõem a comissão de Minas e Energia

O ministro Alexandre Silveira tem dado desde o ano passado vários dribles em deputados que compõem a comissão de Minas e Energia na Câmara, em especial a ancada do Rio de Janeiro.

Os deputados insistem em saber o motivo que levou Silveira a indicar o advogado Raul Lycurgo Leite para a presidência da Eletronuclear, mesmo sem nenhuma experiência no setor e supostamente ferindo o estatuto da empresa. A posse ocorreu só em dezembro do ano passado, embora a indicação tenha sido feita em abril. Pesou contra o advogado a falta de consulta à bancada do Rio.

Silveira chegou a tratar do assunto durante uma sessão da comissão de Minas e Energia em maio de 2023 e enalteceu a experiência do aliado na “gestão pública”. O ministro, no entanto, esqueceu alguns detalhes do currículo.

Silveira citou a atuação de Raul Lycurgo Leite como presidente da Cemig, companhia energética de Minas Gerais, mas não disse que foi durante o governo de Fernando Pimentel (PT). Velho conhecido dos petistas mineiros, o advogado também atuou no ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio quando Pimentel era o titular da pasta no governo Dilma Rousseff. Na sessão, além de Silveira, somente o deputado Odair Cunha (MG), hoje líder do PT na Câmara dos Deputados, elogiou a indicação de Raul.

Outro assunto que os parlamentares querem abordar trata dos convênios da Eletronuclear com Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro, relacionados à compensação ambiental.

Na quarta-feira (20), a comissão aprovou um convite para que o ministro apresente “as prioridades, projetos e planos estratégicos” da pasta para 2024. O texto mais abrangente e o uso de convite, não de convocação, buscam fazer com que Silveira compareça mais uma vez ao colegiado, depois de uma convocação aprovada em outubro do ano passado não ter sido cumprida.

Na comissão de Minas e Energia, Silveira é recorrentemente alvo de ironias por sua agenda cheia em eventos e quase nenhum espaço para receber deputados e senadores. Nesta semana, o ministro está nos Estados Unidos para participar da Ceraweek, um evento internacional organizado pela S&P Global.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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