Lula amadurece. Devagar, temperatura tépida na estufa. Prepara-se para ficar maduro. Ou Maduro, para deixar claro. Primeiro, tenta proteger Maduro com eleições supostamente livres na Venezuela; assim cresce no concerto da Europa, como vem fazendo desde que Bolsonaro falou mal da mulher de Macron. Agora, com delicadeza, arma seu grande e harmonioso concerto com o STF. Outrora patrono desconfortável de Sérgio Moro, o STF é todo Lula, por enquanto excetuados os dois ministros terrivelmente bolsonaristas. Lula e o STF, é a mesma coisa, diria a conge deputada sobre o marido e Jair Bolsonaro (palavras proféticas, cujo alcance ela não atinou até hoje).
Depois do julgamento/execução de Bolsonaro todo mundo é Moraes, que ainda será ungido como o candidato palatável da Faria Lima e do lulismo desencantado (José Dirceu já conspira nas sombras). Lula amadurece como Maduro fez ao ter a corte suprema da Venezuela nas mãos. Aqui não haverá tanta entrega, pois a latitude e o preço são outros. O amadurecimento é orvalhado nas lágrimas de crocodilo de Lula sobre a agressão a Alexandre de Moraes em Roma; um xingamento calculado, de nível ligeiramente superior aos de Jair Bolsonaro, secundado pelo ministro da Justiça, que azeita seu acesso ao STF. Lula quer o que Bolsonaro não conseguiu: ministros terrivelmente lulistas.