Amadurecimento

Lula amadurece. Devagar, temperatura tépida na estufa. Prepara-se para ficar maduro. Ou Maduro, para deixar claro. Primeiro, tenta proteger Maduro com eleições supostamente livres na Venezuela; assim cresce no concerto da Europa, como vem fazendo desde que Bolsonaro falou mal da mulher de Macron. Agora, com delicadeza, arma seu grande e harmonioso concerto com o STF. Outrora patrono desconfortável de Sérgio Moro, o STF é todo Lula, por enquanto excetuados os dois ministros terrivelmente bolsonaristas. Lula e o STF, é a mesma coisa, diria a conge deputada sobre o marido e Jair Bolsonaro (palavras proféticas, cujo alcance ela não atinou até hoje).

Depois do julgamento/execução de Bolsonaro todo mundo é Moraes, que ainda será ungido como o candidato palatável da Faria Lima e do lulismo desencantado (José Dirceu já conspira nas sombras). Lula amadurece como Maduro fez ao ter a corte suprema da Venezuela nas mãos. Aqui não haverá tanta entrega, pois a latitude e o preço são outros. O amadurecimento é orvalhado nas lágrimas de crocodilo de Lula sobre a agressão a Alexandre de Moraes em Roma; um xingamento calculado, de nível ligeiramente superior aos de Jair Bolsonaro, secundado pelo ministro da Justiça, que azeita seu acesso ao STF. Lula quer o que Bolsonaro não conseguiu: ministros terrivelmente lulistas.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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