Jerônimo Teixeira: “Daniel Silveira e a Ordem de Mérito do Ressentimento”

Ao indicar o deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (foto) para receber a medalha da Ordem do Mérito do Livro, concedida pela Biblioteca Nacional, a direita governista admite sua derrota, diz o escritor Jerônimo Teixeira, em artigo na Crusoé.

“A intelectualidade alinhada a Bolsonaro é tão nula em arte quanto os milicos com cargos no governo são ruins em gestão pública”

“Feitas todas as contas – inclusive a dos livros já lidos –, nem a distribuição de medalhinhas para heróis bolsonaristas conseguiu ultrapassar a impotência amarga que é própria dos ressentidos. Ao reconhecer que o melhor ‘elemento’ que tem a apresentar no campo cultural é Daniel Silveira, a direita governista admite sua derrota. Já parecem enterradas as esperanças de dois anos atrás, quando o então secretário da Cultura, Roberto Alvim, anunciava uma verdadeira renascença conservadora, postulando uma arte ‘heroica e nacional’ que estaria ‘vinculada às aspirações urgentes de nosso povo’. Alvim acabou demitido porque trechos dessa fala tinham incômodos pontos em comum com um discurso de Goebbels. Até hoje, a nova arte com que ele sonhava não deu as caras. A intelectualidade alinhada a Bolsonaro é tão nula em arte quanto os milicos com cargos no governo são ruins em gestão pública.”

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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