As Catilinárias

O cônsul romano Marcus Tullius Cícero proferiu as Catilinárias no ano de 63 antes de Cristo, no Senado, quando uma sequência de eventos de conspiradores agia contra a República Romana.

No dia 23 de setembro daquele ano, Cícero convoca o Senado e denuncia a possível conspiração de Catilina (ex militar), no entanto, Cícero é desacreditado.

Foram quatro Catilinárias, das quais destaco os seguintes trechos traduzidos:

“Afinal, Catilina, até quando abusarás de nossa paciência? Por quanto tempo esse teu furor ainda zombará de nós? Até que ponto tua audácia sem freios se voltará contra nós? (1)

Em que lugar do mundo estamos? Que República possuímos? (2)

Agora já atacas abertamente toda a República. (3)

Ó República afortunada, se ao menos expulsasse essa escória da cidade! (4)

O que esperas realmente? Uma guerra?  O que? Pensas que tuas posses serão invioláveis em meio à devastação de todos? (5)

Sendo assim, políticos, não vos falta a proteção do povo romano: providenciais para não dar a impressão de abandoná-lo.”(6)

No original:

“Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? Quam diu etiam furor iste tuus nos eludet? Quem ad finem sese effrenata iactabit audacia? (1)

Ubinam gentium sumus? Quam rem publicam habemus? (2)

Nunc iam aperte rem publicam universam petis. (3)

O fortunatam rem publicam, si quidem hanc sentinam urbis eiecerit! (4)

Quid enim exspectas? Bellum? Quid ergo? In vastatione omnium tuas possessiones sacrosanctas futuras putas? (5)

Quae cum ita sint, patres conscripti, vobis Populi Romano praesidia non desunt: vos ne populo Romano deesse videamini providete.”(6)

Referências:

BARBOSA, Lydia Marina Fonseca Dias. As Catilinárias de Cícero: tradução e estudo retórico. USP: São Paulo, 2019.

CICERO, Marcus Tullius. Cicero’s Brutus or History of Famous Orators; also His Orator or Accomplished Speaker. Domínio público.

SARAIVA, F. R. S. Novíssimo Dicionário Latino-Português: etimológico, prosódico, histórico, geográfico, mitológico, biográfico etc. 12. ed. Belo Horizonte: Livraria Garnier, 2006.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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