BETO RICHA narra em longa e nada convincente explicação sua ida e desida ao PL; recebeu convite em gentil conversa com Jair Bolsonaro no dia do sonho que teve com o pai. Lembrou da lição inesquecível do velho José Richa, o adágio digno de um Francesco Guicciardini: “a inércia é inimiga da política”. Não vou criticar invencionice com violação do mandamento de não usar o nome do pai em vão; faço isso o tempo todo, com frases que o meu jamais disse ou diria. Mas meu pai é personagem de ficção, indene e inofensivo.
O AFILHADO de Ezequias ofende o pai ao tentar explicar a sofreguidão e o desassossego de deixar o ninho tucano para abrigar-se no covil do abutre. Assisti de camarote quando a campanha de Roberto Requião forjou documento para jogar sujeira na campanha do velho Richa. Qual não foi minha surpresa quando vi o governador Beto Richa como aliado preferencial do master mind do fake contra o pai. Beto devia respeitar a memória do pai, um dos líderes da redemocratização, ao defender o fiasco de sua aliança com Jair Bolsonaro.
SE a política é a arte do possível, Beto faz o impossível para torná-la a arte da sobrevivência a qualquer custo. Não leu Luís Fernando Veríssimo quando este disse legitimar, como seus artigos, alheios e apócrifos desde que falem mal de Jair Bolsonaro.