Bolsonaro: o governante que torce contra a vacina da Covid-19

Já faz tempo que se acumulam as suspeitas de que os brasileiros elegeram para presidente um sujeito com fortes traços de psicopata. Jair Bolsonaro não tem empatia com o sofrimento humano, desvio de personalidade do qual ele até fazia propaganda durante a campanha eleitoral e que foi piorando depois dele assumir o cargo de presidente. Na sua condução durante esta pandemia do coronavírus a sua falta de empatia ficou asquerosa.

Ele não dá a mínima para as mortes causadas pela Covid-19. Tem dificuldade até para falar umas poucas palavras de conforto aos familiares e pessoas próximas dos atingidos por uma doença que impede a proximidade com a vítima durante o tratamento e não permite nem os rituais fúnebres tradicionais. A partir da hospitalização, no agravamento dos sintomas e mesmo para enfrentar a chegada da morte, a doença obriga ao recolhimento da solidão. É uma doença que não permite nem o afeto dos mais próximos na despedida da vida.

Bolsonaro trata com descaso todo esse sofrimento. Ficaram famosos seus comentários, que começou com o deboche cruel do “É só uma gripezinha”, depois veio o “E daí?”, sem se importar com o crescimento avassalador do número de contaminações e de mortes, quando dizia que “Todos nós vamos morrer um dia” e “Eu não sou coveiro, tá?” ou perguntava agressivamente “Quer que eu faça o quê?” e até fazia piadas grosseiras, como quando afirmou que quem é “bundão” tem chance menor de sobreviver à doença.

Um sujeito que não honra o cargo de presidente da República tem que ser definido de forma objetiva: seu comportamento é repugnante. O Brasil nunca teve no comando alguém tão desagradável. É o pior presidente de toda a nossa história. Nem dá para dizer que Bolsonaro ultrapassou limites, pois ele nunca teve respeito algum, seja nas relações pessoais ou institucionais. Agora, nesta semana, ao festejar a suspensão de testes da vacina Coronavac, o presidente apenas confirmou seu péssimo caráter.

Ele deu um “Viva a la muerte!”, depois da Anvisa suspender de forma suspeita os testes com a vacina, com a agência alegando que fazia isso por causa da morte de um dos voluntários. A morte nada teve a ver com a vacina — está confirmada como suicídio. O presidente se alegrou com a paralização dos testes de uma vacina, tomando isso como uma vitória política.

Bolsonaro festejou a morte, como se o fracasso da descoberta da cura da Covid-19 fosse a derrota de um adversário. Ora, já faz tempo que ficou muito clara sua lamentável má-fé, então não é nada que surpreenda. Apenas confirma que o Brasil não deve contar com seu próprio presidente para enfrentar a pior crise sanitária dos últimos tempos no mundo todo e que entre nós brasileiros já está com o registro oficial de mais de 160 mil mortes. Bolsonaro não é o aliado da esperança e da vida. Ele torce pela morte.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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