Bolsonaro, um pária internacional, agora sem seu ídolo e inspirador Donald Trump

Um por um, todos os estados americanos mais o Distrito de Columbia proclamaram Joe Biden como presidente dos Estados Unidos. Donald Trump já é passado, deixando a carga mais nefasta já legada por um presidente ao povo americano, incluindo uma pandemia de volume assustador, a maior do mundo em contaminação e mortes, cujo crescimento se deve a um negacionismo estúpido e incompetência inacreditável. Sem falar na sua absoluta má-fé, mas com Trump isto é um pleonasmo.

A saída de Trump se dá de forma péssima para ele, a começar pela derrota em uma reeleição, fato raro e desonroso na democracia americana. Mas tem mais: Joe Biden é o presidente com mais votos populares da história e venceu integralmente no Colégio Eleitoral. Nenhum delegado votou diferente do que havia sido designado — ou seja, não teve nenhum “eleitor infiel” para os trumpistas usarem nas suas manipulações e fake news, o jogo sujo da “pós verdade”, que também teve uma pesada derrota junto com Trump.

Nem é preciso dizer que temos no comando do nosso país um tipo com a mesma falta de noção, que com apenas meio mandato tornou o Brasil um pária internacional, fazendo da nação verde-amarela sempre tão querida uma desprezada espalha-rodinha, da qual todos fogem, mesmo para contatos informais. Aprendeu tudo com Trump, que evidentemente não passou ao idiota aprendiz de feiticeiro as dicas sobre as ocasiões em que é necessário esquecer certas ideias.

O Brasil está numa situação muito parecida com aquela do encontro casual entre o ex-vice-presidente Al Gore com Jair Bolsonaro, o cara chato de quem estou falando, quando Gore deu o fora em poucos minutos depois de ouvir uma bobagem do presidente brasileiro, que fazendo papel de capacho disse que “Adoraria explorar a Amazônia com os EUA”. A resposta de Gore já foi para o anedotário político internacional. “Eu não entendi o que você quis dizer”, saindo para evitar de ter de ouvir mais absurdos.

Joe Biden já está oficializado como presidente dos Estados Unidos e se não tivéssemos no comando do país um sujeito sem noção, sempre ocupado em armar batalhas vazias, nossas relações seriam relativamente tranquilas com o novo governo americano. Mas não será assim. Bem ao estilo de militar incompetente (“um mau militar”, na opinião do general Ernesto Geisel), Bolsonaro é um plantador de minas explosivas que darão muito trabalho durante anos para serem desativadas.

O desastrado Bolsonaro já ficou marcado como o último governante do mundo a parabenizar o presidente Joe Biden, se é que ele ainda não vai esperar que seja feita uma recontagem de votos no Colégio Eleitoral. Seria bom que um assessor o avisasse de que isso não existe nos Estados Unidos. Se é que ele tem alguém na equipe que sabe disso.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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