Em Orlando, Bolsonaro deposita fichas em Marinho e mira 2024

“Eleição para a Mesa do Senado representa, de acordo com a chapa vencedora, a volta à normalidade e uma certa pacificação”, discursou.

A eleição desta quarta-feira (1º) para a presidência do Senado pode representar “a volta à normalidade e uma certa pacificação”, desde que seja vencida por Rogério Marinho, disse o ex-presidente Jair Bolsonaro em discurso na noite desta terça-feira (31), durante seu primeiro evento público desde que partiu para os Estados Unidos, no dia 30 de dezembro passado.

Para Bolsonaro, com a eleição de Marinho, “a nossa liberdade passa a ganhar fôlego novamente e podemos, então, partir para uma certa normalidade”. “No momento, o governo lá está jogando sozinho. Não tem parlamento, porque o pessoal está de recesso. Muita coisa está desestruturada ainda, há um choque ainda na cabeça de muita gente”, disse, ao semear, mais uma vez, dúvidas acerca do processo eleitoral.

O ex-presidente também aproveitou para bater nos adversários: “Em pouco tempo podemos ter notícias… Se esse governo continuar na linha que demonstrou nestes primeiros 30 dias, não vai durar muito tempo”. Bolsonaro também sugeriu a seu público imaginar se ele tivesse morrido pela facada sofrida em 2018. Como Fernando Haddad, caso eleito presidente, teria gerido os gastos públicos durante a pandemia de covid-19?

Como de costume, o ex-presidente rememorou todo o processo eleitoral que o conduziu à presidência em 2018 e defendeu os feitos de seu governo. “O Brasil tinha problemas econômicos, morais e éticos. Problemas seríssimos. Estava numa decadência. Tínhamos que recuperar o Brasil. Como recuperar? Eu confesso que não sou gestor, não sabia lidar. Mas tive, graças a Deus, a coragem de convidar pessoas competentes e elas aceitarem a missão de serem ministros”, disse.

Bolsonaro também elogiou o governo de Michel Temer, pela minirreforma trabalhista, e disse que “a esperança está renascendo nesse novo parlamento”. “Tenho conversado com alguns senadores, alguns deles ligaram pra mim. O que nós botamos na mesa e temos conseguido trazer gente no Senado [para o lado de Marinho]… O que está em jogo? O futuro do nosso Brasil. É aquilo que é mais sagrado, a nossa liberdade, a liberdade de expressão.”

O ex-presidente também voltou a criticar seus apoiadores que invadiram as sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro. “Você está vendo o que alguns inconsequentes fizeram no dia 8 de janeiro. Aquilo não é a nossa direita, não é o nosso povo”, comentou, ponderando que “tem muita gente sendo injustiçada lá, aquilo não é terrorismo pela nossa legislação”. Segundo ele, as condutas dos vândalos têm de ser individualizadas.

Questionado sobre o futuro, Bolsonaro destacou a importância das eleições municipais de 2024 e disse para seus apoiadores esquecerem a palavra bolsonarismo. “A direita que começou a se aglutinar no Brasil, que tem aquelas bandeiras, essa direita não vai se acabar. Isso não é o bolsonarismo”, disse. “Estou com 67 anos e pretendo continuar ativo na política brasileira”, garantiu.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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