Brasil, que ‘já foi modelo’, agora é ‘o novo hotspot’ da pandemia

Clarín prevê para o país uma ‘tempestade perfeita: coronavírus, gripe, dengue e sarampo’, com o sistema de saúde à beira do colapso

Final de domingo na home page do financeiro alemão Handelsblatt, com foto do presidente brasileiro: “Brasil se torna o novo hotspot do coronavírus, Bolsonaro fracassa como gerente de crise”.

E na home do argentino Clarín, também com foto de Bolsonaro, “Brasil caminha para tempestade perfeita: coronavírus, gripe, dengue e sarampo”, destacando que o “sistema de saúde está à beira do colapso”.

Na americana Fox News, “Brasil ultrapassa Itália e Espanha” em casos de Covid-19. No tabloide New York Post, “Bolsonaro é visto fora de controle”. No New York Times, com agência Reuters, “Bolsonaro tira foto com crianças em manifestação, desafiando orientação de saúde”.

NYT manteve na home ao longo do domingo, de novo com foto de caixão em cemitério de Manaus, a chamada “Brasil, que já foi líder, se debate para conter vírus”. Logo abaixo, “As respostas pioneiras do país a crises passadas ganharam elogios globais, mas a sua resposta caótica ao coronavírus minou a capacidade do país de lidar” com a pandemia.

MOURÃO LÁ

A semana de “lives” e artigo do vice Hamilton Mourão incluiu “uma entrevista com um pequeno grupo de correspondentes estrangeiros”, no dizer do Financial Times, que no fim de semana abriu foto na home para o general.

Ele defendeu a política que vem implantando na Amazônia, inclusive a operação “Green Brazil Two”, que levou soldados de volta à floresta para tentar conter o desmatamento. “We mean business”, somos determinados na ação, declarou ele.

ARAÚJO E A ARGENTINA

Na quinta (14), ao lado do chanceler Ernesto Araújo, Bolsonaro deu a entender que o Brasil está se saindo melhor na pandemia do que a Argentina, “país que caminha para o socialismo”. Ecoou no Clarín, mostrando como, na verdade, o vizinho está melhor.

No dia seguinte, Araújo deu entrevista ao jornal, publicada no domingo. Sob a manchete, entre aspas, “Brasil tem as portas abertas para Alberto Fernández”, disse que o episódio “não impede o diálogo”. E reclamou que é Fernández quem dá “sinal contrário, quando faz ‘live’ com o ex-presidente Lula, põe no Twitter, ‘Veja, meu grande amigo, o presidente Lula’”.

GENOCÍDIO

Com fotos e o título “Lula teme genocídio no Brasil sob Bolsonaro”, a France Presse despachou longa entrevista de fim de semana com o ex-presidente, veiculada por franceses como Le Parisienalemães como Frankfurter Allgemeineindianos como Hinducanadenses etc., inclusive o portal americano Drudge Report.

Nelson de Sá

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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