Lula ganhou. E agora?

Pois é, e agora? O objetivo principal foi atingido: o psicopata imbrochável será, enfim, desalojado do Palácio do Planalto. Falta pouco mais de um mês. A agenda do capitão está esvaziada; a cada dia, ele perde um aliado. Era previsível: quando o barco ameaça afundar, os ratos são os primeiros a abandoná-lo. O bispo Macedo, da Universal e da TV Record, absolveu Luiz Inácio (“Foi a vontade de Deus”); os presidentes Lyra, da Câmara, e Rodrigo Pacheco, do Senado, estão se achegando.

O Centrão colocou-se à disposição do eleito, como era esperado. Michele saiu de cena e foram revelados atritos em família. Aquela desmiolada que, de arma em punho, perseguiu um petista pelas ruas de um bairro nobre de São Paulo, embarcou para os EUA. Ficaram os caminhoneiros órfãos e desocupados, com tempo para protestar nas rodovias e agredir a Polícia Rodoviária, e outros paranoicos acampados defronte aos quartéis pedindo a volta da ditadura. Mas isso também logo passará. E o Brasil seguirá em frente. Poder-se-ia, até, reviver aquela velha frase do tempo da milicada de 64: “Ame-o ou deixe-o!” Mas não faremos isso, posto que daquele tempo não queremos mais nem o cheiro.

Eu tinha pensado em convidar o companheiro-presidente para uma rodada de pinhão na brasa, como fiz em seus mandatos anteriores, antes de perder a paciência com a malandragem da petezada. Mas, ele está embarcando para Grécia. Fica para depois.

No entanto, aviso quem ficar e estiver abrigado no Centro Cultural Banco do Brasil, ajeitando a cozinha para o próximo governo: vejam lá o que vão fazer!… Arredem-se daquela jaguarada que levou Lula para a cadeia. E digam ao chefe que tire da cabeça a eventual ideia de botar aquele advogado de cabelo lambidinho no STF. Basta um Dias Toffoli, que já está lá.

Outra coisa: a notícia da possibilidade de Paulo Bernardo (ex-Gleisi Hoffmann) para a equipe de transição não caiu bem no atual eleitorado de Lula. Confere aí, Alckmin.

Mais uma: peçam ao eleito para que pare de fazer promessas irrealizáveis. Isso é coisa do atual governo, que já bagunçou as contas públicas e deverá responder por isso. E que nem se cogite da possibilidade de voltar com a maldita CPMF ou coisa que a valha. Pegaremos novamente em armas, se isso acontecer. De absurdos basta a cobrança da previdência social de aposentados e pensionistas, instituída por Lula e que, num gesto nobre, deveria acabar com ela nesta nova temporada de governo, posto não haver nenhuma razão para tal, a não ser empobrecer mais os velhinhos e velhinhas.

O resto fica para depois. Naquela sapecada de pinhão. Com cafezinho. Eu ia dizer com pinga, mas aí me lembrei de que já tem maldoso, como aquele milico baixinho (em todos os sentidos) que senta praça no Planalto, chamando o ex e futuro presidente de “cachaceiro”. Como é doída a derrota!…

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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