Cessar-fogo, não acordo de paz

Aliados de Arthur Lira (PP-AL) avaliam que os acenos do governo ao deputado e ao Centrão arrefeceram, por ora, a tensão entre o Palácio do Planalto e a Câmara.

Acreditam que o clima pode voltar a pesar caso os acordos não sejam cumpridos ou eventuais mudanças em ministérios sejam insuficientes para as demandas de potenciais aliados.

O governo tem descartado publicamente uma ampla reforma ministerial, mas deputados afirmam que um acordo satisfatório para a base de Lira só virá com a recuperação do poder junto ao orçamento.

No encontro com Lula, o presidente da Câmara levou sugestões de parlamentares do Centrão e disse quais mudanças são necessárias para que a relação entre o Executivo e Legislativo melhore – em resumo, maior acesso a verbas e mais cargos.

Tem se tentado um entendimento sobre as emendas de relator, consideradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. Lira e deputados querem recuperar ao menos parte do controle que tinham sobre o orçamento.

Como mostrou o Bastidor, o governo, em especial o ministro da Casa Civil, Rui Costa, defende que ter controle total sobre o dinheiro é importante para dar à gestão petista a possibilidade de negociar o pagamento de emendas e aceitar indicações para o segundo e terceiro escalões a cada votação no Congresso.

Até agora, esta estratégia de Costa não funcionou: gerou quatro derrotas do governo na Câmara e parlamentares pedem sua demissão.

Um deputado aliado de Lira disse ao Bastidor que por enquanto há um armistício, não o fim da disputa.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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