Culpa da pírula

“O PROBLEMA da Gilda foi a pírula.” Um constrangimento só, a pírula até passava. Na fuga ao banheiro durante a festa surge o sem noção que insinua intimidade e fornece a informação não solicitada. Naquele lugar, intimidade tolerável apenas entre o dono e o órgão aliviado da bebida. Glória e Chico, ali presente, haviam recém casado; mal voltam da lua-de-mel ela passa por cirurgia.

Causa e extensão da cirurgia, Chico não conta, tomado por súbita discrição. Apenas entregou o culpado, a pírula. Esta, dizem que também a cirurgia, puseram-lhes fim à vida sexual; desde então o destino poupou-me de novas confidências de Chico. A pírula acabou por destruir o casamento. Logo Gilda e Chico seguiram novos caminhos. Livres da pírula, ele com marido, ela com mulher. Até hoje.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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