A lei mata, o espírito vivifica

A JUÍZA catarinense negou o aborto da menina estuprada aos 11 anos. É seguidora, aplica o pensamento medieval de Damares Alves? Se não for, com a decisão já assinou a carteirinha do clube. A magistrada seguiu os estritos termos da lei, diz ela; a gravidez havia superado o tempo permitido para o aborto. Quando a lei não mata, o espírito tem de vivificá-la, como ensina a Bíblia. Ou seja, se a lei é irracional, estúpida e perniciosa, o magistrado corajoso ignora a proibição e protege o destinatário da lei, o ser humano. Magistrado que aplica a lei em situações como a da menina catarinense não é juiz, é contabilista, o cara que fecha o deve com o haver.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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