Um homem que se apresentou como ministro da Educação (difícil determinar se isso é verdade, uma vez que o cargo parece vago nos últimos tempos) fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, na noite de terça (20), comportando-se como se fosse o ministro da Saúde. Conclamou estudantes, professores e funcionários de volta às aulas presenciais.
Ressalte-se que as aulas presenciais já voltaram ou devem voltar, em breve, à maioria das escolas do ensino básico, mesmo com a falta de apoio para os trabalhadores das escolas públicas, a estrutura limitada para distanciamento social e o avanço da imprevisível variante delta. Então, qual a razão do pronunciamento do desconhecido?
Antes de mais nada, vale deixar claro que escolas deveriam ser as últimas a fechar e as primeiras a reabrir durante uma pandemia. Se tivéssemos um governo decente guiado pela ciência, teríamos uma coordenação nacional no enfrentamento à covid-19, com parâmetros para o funcionamento da educação e proteção da comunidade escolar. Se tivéssemos um governo decente, o Brasil teria passado por lockdowns rigorosos e curtos, alternados com períodos de abertura e de retorno às aulas. Se tivéssemos governo, teríamos vacina em dezembro, com profissionais de educação sendo imunizados logo no começo junto aos da saúde