#diáriodobolso: ‘eu quero voto impreço!’

Diário, agora fedeu!  É a pior coisa que podia acontecer.

O Ministério Público Federal (odeia essa turma!) descobriu um esquema aí da Covaxin. Um esquema de mais de R$ 1,6 bilhão

Essa vacina era para custar o mesmo preço da Aztrazeneca. Mas custa quatro vezes mais.

É a única vacina que o governo não comprou diretamente. Comprou de uma empresa brasileira que intermediou o negócio, a Precisa, que representa o laboratório indiano Bharat Biotech.

Essa Precisa tem problemas aí. Um dos sócios dela é a Global, Saúde, que fechou um contratão com o governo federal, recebeu R$ 20 milhões adiantado, mas nunca entregou os medicamentos nem devolveu o dinheiro. Na época, o ministro da Saúde era o Ricardo Barros, que hoje é deputado federal pelo PP do Paraná. E a importação da Covaxin só pôde acontecer porque o Ricardo fez uma emenda parlamentar. He, he…

Além disso, houve muita pressão para que a compra acontecesse rápido. Principalmente o tenente-coronel Alex Lial Marinho, que o Pazuello colocou como coordenador-geral de Logística de Insumos Estratégicos.

E eu mesmo mandei telegrama pro primeiro-ministro indiano dizendo que a gente ia comprar a Covaxin.

Pra comprar a Pfizer, a gente demorou 330 dias. Pra comprar a Covaxin, pagando bem mais caro, só 97 dias.

As minhas desculpas pra não comprar vacina eram o preço e a aprovação da Anvisa. Mas nessa daí a gente pagou mais e antes da aprovação da Anvisa.

Aposto que agora vão dizer que a gente demorou pra comprar a Pfizer porque não teve bola. Bola é suborno, Diário.

Olha, Diário, o Arthur Lira vai ter que começar a andar de bengala e óculos escuros pra fazer de conta que não viu essa. PS: Por que todo mundo está escrevendo meu nome errado? Pra todo lugar que eu olho, vejo “Jail Bolsonaro”.

PPS: Quero voto impreço!

Roberto Torero

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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