A verdade caducou

EM DISSERTAÇÃO de mestrado há 22 anos, quando juiz federal, o ministro Flávio Dino criticou a indicação política dos ministros do STF. Hoje ministro político, Dino será nomeado em indicação política ministro do STF. Incoerência? É muito rigor exigir que alguém se mantenha coerente depois de 20 anos, considerado tudo que viveu, passou e enfrentou. Nessas horas a gente lembra de Euclides da Cunha quando um amigo o acusou de incoerência diante de atitudes que tomara e palavras que escrevera no passado. Euclides respondeu com a frase injustamente esquecida: “Não tenho compromissos com a coerência; tenho compromissos com a verdade”.

A verdade hoje é Lula e Dino a defender Lula. Como a defesa veio em trabalho científico, pelo menos teria que ser cassado o título de mestre que Dino recebeu pela dissertação de mestrado, hoje material para o catador de papéis – e para a oposição.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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