A boceta de Pandora

TÁ DIFÍCIL escolher presidentes – executivo e do conselho de administração – da Petrobras. Os que são indicados estão comprometidos com empresas que ganham dinheiro da estatal e os que ganham dinheiro da estatal estão comprometidos com… Além disso, Bolsonaro enfrenta resistência daqueles que querem fazer um petrolão na petroleira.

Político critica e depois repete malandragens, porque sabe que funcionam. Seguem o conselho do conde de Lampedusa: mude tudo para deixar tudo igual. Exemplo: o presidente da câmara, Arthur Lira, já vetou um candidato. Seu conterrâneo Renan Calheiros nomeou um diretor que tantas fez, inclusive delação e grampo em José Sarney ainda no hospital. O garantismo livrou-o da Lava Jato.

Em outros palavrões, Bolsonaro tenta montar seu petrolão para a eleição. Homem ilustrado, trocou Lampedusa por Lampadinha, o auxiliar trapalhão do Professor Pardal. Como de hábito há ironia em nossa tragédia. A Petrobras foi criada por influência dos militares como base de estímulo à infraestrutura industrial.

Nem com o general do coração de Bolsonaro, a empresa voltou à sua vocação de origem. Desde o governo Lula a menina dos olhos dos milicos tornou-se a boceta de Pandora, a caixa que ao ser aberta espalha os males. Dias piores virão.  E boceta não é aquilo que você pensa, malicioso. Vá aos livros.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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