Duas ou três coisas que eu sei dele

Me lembro que o Mercer me surpreendeu quando disse repentinamente “Kurt Vonnegut”. Ponho aspas porque é uma frase do Mercer. Tem somente o sujeito, nome e sobrenome, mas apenas o sujeito. O verbo e o complemento o Mercer deixou ocultos. Ele não precisava de uma frase inteira para dizer certas coisas.

Me lembro do Mercer bom em verbos. Quando fomos juntos à praia sem sair de Curitiba (ver LeitE QuentE nº 4, “A cidade sem mar”), ele fez o prefácio. “Curitibano não vai à praia, curitibano desce.” E escreveu um ensaio sobre o verbo descer. O verbo ele transformou em sujeito, no caso um sujeito curitibano.

Me lembro que o Mercer lidava muito bem não só com as letras, mas também com os números. No baile dos 50 anos, me lembro, ele tinha 20 e poucos.

25|2|2006

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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