É comovente a paixão do atual presidente da Câmara pelo Brasil

Como dizem os comentaristas políticos, as instituições estão funcionando a pleno vapor

Recebo com imensa expectativa as notícias de que o centrão fez por merecer mais ministérios no governo Lula.

Eu não deveria dizer, mas esse Arthur Lira, esse Rodrigo Pacheco botam a gente comovido como o diabo. Verdadeiros maestros capazes de reger as diferentes vozes que ressoam no plenário, visando afinação inequívoca com anseios sociais, projetos modernizantes e ideias de vanguarda. Tudo isso de maneira orgânica, alegre e espontânea —nada robótica.

Não podemos ser ingênuos e pensar que esse fenômeno acontece ao acaso. Tudo nasce da paixão que os partidos brasileiros nutrem pelo povo.

Toda organização partidária tem por escopo encontrar cidadãos e cidadãs que melhor vocalizam as demandas dos mais variados setores da sociedade brasileira. De maneira que os candidatos sempre se destacam quando conseguem conciliar duas qualidades: o trabalho de base que realizam em prol de suas comunidades e o poder de articulação de novas ideias que arejam e atualizam o jogo político.

São esses os candidatos que geralmente conseguem se destacar na meritocrática e transparente estrutura dos partidos políticos brasileiros. Angariam notoriedade por seus atos e projetos, logrando assim conquistar mais e mais eleitores.

Cada cidadão, bem informado, é capaz de fazer suas escolhas com independência. Todo brasileiro se lembra em quem votou para deputado estadual, federal e vereador, e cobra as promessas de campanha.

É um círculo virtuoso.

Foi esse modelo de organização partidária limpa e propositiva que fez com que brilhantes deputados emergissem. Ulysses Guimarães deve estar feliz ao ver lideranças públicas na Câmara dos Deputados com notável saber e conduta ilibada como Eduardo Cunha, Rodrigo Maia e Arthur Lira. O trabalho incansável desses três Reis Magos conseguiu, enfim, balancear de maneira saudável as forças do Legislativo e do Executivo.

Não duvido que as negociações do governo com o centrão se desenrolam em processo seletivo ininterrupto que busca as mentes mais brilhantes e aptas a exercer cargos nos ministérios e na máquina pública com autonomia. Desde que todos comunguem da afinação inequívoca com anseios sociais, projetos modernizantes e ideias de vanguarda.

Afinal, como dizem os comentaristas políticos, as instituições estão funcionando.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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