E se a gente vencer?

O presidente do TSE dá prazo para o ministro da Defesa apresentar o relatório sobre as urnas. Relembrando: Bolsonaro pôs em dúvida a idoneidade do voto eletrônico, o ministro da Defesa embarcou no discurso e passou a exigir do TSE acesso à tecnologia e códigos do sistema; três sucessivos presidentes do TSE resistiram a ceder. Finalmente, com acesso ao que exigia do TSE, o ministro da Defesa encaminhou a Jair Bolsonaro relatório concluindo que as eleições foram limpas, urnas não viciadas. Bolsonaro passou sabão no ministro da Defesa, recusando o relatório por ser parcial.

Conversa pra boi dormir; Bolsonaro, estilo Trump, acha feio o que não é seu espelho e exigiu que ele fosse refeito após o segundo turno (quando o recusará se perder se derrotado por Lula, ou para dar argumento para seu golpe, sejam as eleições limpas ou não). Difícil, senão impossível, esperar que o general da Defesa entregue o relatório exigido pelo presidente do TSE, seja porque um general um general brasileiro não cede a um juiz e um general de Bolsonaro menos ainda. Portanto, como escrevemos aqui, o presidente do TSE vai esperar sentado e pagar um mico.

O presidente do TSE não conhece a fábula sobre o general que propôs ao ditador Getúlio Vargas que o Brasil declarasse guerra aos EUA. Piedoso com a burrice, Getúlio ponderou: “Mas e se a gente vencer?” Se o general da Defesa não entregar, o que fará o presidente do TSE? Prender o general? Mais fácil declarar guerra contra os EUA.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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