Homofascista

O ex-deputado Jean Wyllys passa com a Rural que o batizou sobre o governador Eduardo Leite, do RS. Com a autoridade do sociólogo e militante gay, parceiro de Marielle Franco, acusa o governador de homofascista, um gay de direita.

É que o governador alinha-se a Ratinho Júnior e Tarcísio de Freitas para repudiar a decisão de Lula contra as escolas cívico-militares. Ele só não diz que o governador é um gay fissurado em homens de uniforme porque o clichê já foi usado por Freud e deu filme clássico de Marlon Brando e Elizabeth Taylor (Reflections On A Golden Eye, 1967, dir. John Huston). Nessa briga, em que o governador Leite engalana-se em pose e contenção de estadista para rebater o deputado, a xingação de Wyllys soa digna e elevada diante do oportunismo de manter a herança espúria do bolsonarismo que os elegeu e que exploram nesse utilitarismo que cospe na histórica luta contra o atraso, a opressão e os crimes das ditaduras militares.

O tom de Wyllys é aceitável mesmo quando chama o governador gaúcho de bee, abelhinha, um derrogatório gay. Sim, porque o governador, embora gay assumido, revela-se direitista enrustido, ao contrário dos colegas do Paraná e São Paulo, estes direitistas assumidos, também filhotes de Jair Bolsonaro. Triste que as sociedade civil paranaense, gaúcha e paulista cala-se com isso aprova a insistência dos governadores em manter as escolas cívico-militares, uma contradição nos termos, pois se o militar não for cívico não serve e o cívico dos governadores, atrelado ao militar, é atroz na ignorância do significado de pátria (sempre deturpado pelos militares e agora penetrado na deformação política dos governadores).[

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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