Peço vista

Essa história dos grampos feitos pelo governo do Estado… Agora se sabe qual o equipamento e até o local onde funcionava, que recebeu identificação da parede, segundo o blog do Zé Beto. Se foi assim, há perguntas responder. Melhor, haveria se na assembleia legislativa existissem deputados comprometidos – independente de sua vinculação com o governo – com os direitos fundamentais do cidadão, a dita privacidade, tão malbaratada no Brasil. Outra pergunta, como constou no orçamento a despesa para a compra do equipamento? E quem e quantos o operavam e para quais fins?

Formulo as perguntas  no condicional, pois a transparência, dever do Estado, é mistério cabalístico para o cidadão. As instituições de defesa da cidadania o que pensam, em especial o Ministério Público e a OAB? A nós cidadãos, como os juízes nos tribunais só nos resta requerer vista para saber o que, por que, quando e em qual circunstância fomos eventualmente grampeados. Este escrutínio foi liberado nos arquivos da Stasi, a polícia política da Alemanha comunista, depois da queda do Muro de Berlim. Caso indefiram meu pedido de vista, será que minha mulher pode pedir? Ela tem mais legitimidade que o governo para me investigar.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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