Fazendo médium

Marylin

Hoje recebendo… Marilyn Monroe

Existe algo em comum entre os EUA do início dos anos 1960 e o Brasil de 2016: em ambos o presidente dorme com uma loira gostosa. Pois, na semana em que completaria 90 anos – e continuando incrivelmente gostosa –,  o maior símbolo sexual do planeta baixa no médium do RdB para enviar uns conselhos a Marcela Temer, a loira da vez. A descida de Marilyn se deu aos trancos e barrancos. Trancos, no caso, recebidos pelo médium oficial, já que toda a redação masculina do periódico se engalfinhou para tentar recebê-la. Com vocês, Norma Jean Baker, psicografada por um alquebrado Nelson Moraes.

“Marcela, sweetie, ouça o que eu digo: o pecado mora ao lado. Quer dizer, ao lado de onde você dorme. Sim, é um pecado você dormir com seu avô, dear! Ou isso é complexo de Electra duplicado?

Ok, vamos ser práticas. A questão é mandar no seu homem. Tudo bem que eu não era a primeira-dama oficial, mas se a Jackie falava com ele olho-no-olho, eu falava língua-no-ouvido – e, garanto, era bem mais eficiente. Então, darling, anote aí coisinhas que você pode falar no ouvidinho de seu av… marido, no calor da noite, e que de repente ele põe em prática no dia seguinte. Vai saber.

Primeiramente, sugira a ele repaginar o style. Vampiro saiu de moda. A onda agora é zumbi. Já que seu marido só age feito um, que pelo menos assuma a physyque-du-rôle: fica mais autêntico.

Em segundo lugar, que mania é essa que ele tem de se curvar a quem quer que seja, do partido dele ou das lideranças do Congresso? Sabe o que JFK alegava nesses casos? Que ele sofria de dores fortes de coluna, então era muito difícil curvar-se a alguém. Diga a Mike (posso ser íntima?) para alegar algo parecido. Se não dor de coluna, pelo menos dor de cabeça. Aí ele não precisa nem sair de casa para ir trabalhar, e te garanto que ninguém também vai perceber.

Lembre-se, sweetie. Por trás de um grande homem existe sempre um grande bando de puxa-sacos. Ou você toma o lugar que é seu ou tudo está perdido (você me entendeu: assuma o lugar do grande homem, porque aí os puxa-sacos serão todos seus). Sabedoria de bastidores, dear.

Um beijo, Marylin”

Nelson Moraes – República dos Bananas

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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