Há livros & livros

Depois de um romance sobre um especial menino deficiente físico, improvisado barqueiro noturno à beira da terceira margem das espumas flutuantes do rio Itararé, que conversava com as estrelas dirigindo o barco de sua imaginação chamado Faísca de Aladim (GOTO – A lenda do reino do barqueiro noturno do rio Itararé) feito as mil e uma noites de uma nova terra do nunca;

Depois de um inusitado romance sobre um bebê especial na barriga da poderosa mãe PHD em Física Quântica contando como é, como foi, como estava sendo no selfie-service troninho barrigal (GUTE GUTE – Barriga Experimental de Repertório) cheio de graça;
Depois de um romance meio a la pensador oriental Confúcio dizendo de um homem rico que, se sentido infeliz depois de tanta luta para ser vencedor em terra de dementes, que larga tudo e vai morar na selva para mal e porcamente numa cultura de subsistência ter a paz espiritual que nunca alcançou nas batalhas da Vida numa sociedade pústula e civilização podre (TIBETE, De quando você não quiser mais ser gente);

Depois de dois místicos romances ecumênicos bem diferenciados e desparafusados, como o explosivo (feito um arauto do caos) ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS, e o apocalíptico e assustador (mexendo com vespeiros historiais de religiosos impérios decadentes) O MARCENEIRO, A última tentativa de Cristo, Jesus no Brasil;

Ao final de quase trinta livros, era de se perguntar se o atiçado escritor Silas Corrêa Leite finalmente sossegaria o facho, enquanto nesses entremeios escrevia um livro sobre Anne Frank, um outro sobre Sylvia Plath e um perigoso trabalho sobre o golpe de 2016 no Brasil, e quando se pensava que o louco poeta e ficcionista daria um tempo e lançaria mais um de poemas, seus desvairados inutensílios ou mesmo um novo porta-lapsos, ou lançaria um de contos, feito troios perigritantes ou mesmo campo de trigo com corvos, e eis que o louco de mágica mão, o escritor dá pá varrida surpreendeu, e tirou um circo inteiro da cartola, e veio com um romance social, O LIXEIRO E O PRESIDENTE, para assim atiçar os ânimos, a imaginação e esse fim do mundo que se tornou o país em submissão fascistoide. Pode uma coisa dessas, mortadelas e coxinhas-hipoglós?

Em seguida, sem parar, um bendito e louco romance de fantástica ficção científica de arrebentar os miolos, bizarrices, palavras criadas, neologismos, tudo num apocalíptico novo mundo depois de uma hecatombe, e o que et5stou na terra, com seus marionetes feito um novo planeta hewah, chamado TRANSPENUMBRA DO ARMAGEDOM.

Parou por aí, o poeta? Dois romances infanto-juvenis, A COISA, Muito além do coração selvagem da vida, agora ano prelo O MENINO QUE QUERIA SER SUPER-HEROI, e, pasmem, o seu imaginário diário de uma secreta paixão impossível de Anne Frank foi aprovado por uma editora que bancou o livro historial…

Por essas e outras, segurem-se, e salve-se quem puder… (ele escreve mais rápido do que vocês conseguem ler? – livro bom é quando o leitor morre no final? – escrever é doença ou cura?) Sim, talvez, numa futura Atlântida, diz ele, os loucos herdarão a guelra.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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