Hoje! Todo mundo lá!

Pablito Lacarz

Karam, um necessário questionador de verdades absolutas, abre buracos de infinitos significados com suas palavras em nossas mentes sem preenchê-los com discursos doutrinários. Uma dramaturgia de menos certezas e mais reflexões. Porque em tempos de uma cultura cada vez mais atrelada à lacração e à necessidade de oferecer ao leitor uma moral da história, montar Karam relembra que é preciso ser libertário. Em seus textos, tudo que acreditávamos ser certo ou errado mostra-se instável, provocando assim uma transformação em nossos posicionamentos existencial, social e político.

A Prego Torto tem a honra de apresentar não apenas a estreia nacional do texto OVOS NÃO TÊM JANELA de Manoel Carlos Karam, mas também a estreia do renomado e premiado iluminador paranaense Beto Bruel na direção da peça, promovendo assim o reencontro desses dois artistas que, junto com o ilustrador Solda, fizeram história no grupo Teatro Margem – um teatro que marcou a década de 1970 em Curitiba por seu experimentalismo e postura política de resistência.

Karam dizia que no teatro não existe a palavra impossível – uma fala simples, que influencia até hoje por trabalhar a idéia da liberdade no fazer teatral, do rompimento com o senso comum, do poder questionador e político de um espetáculo, da ousadia necessária para fazer arte, e de que a imaginação não pode ter limites.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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