Jornalismo refém do Hamas

A guerra entre Israel e Gaza está matando as pessoas e o jornalismo

“Na guerra, a primeira vítima é a verdade.” Essa frase já foi atribuída ao senador americano Hiram Johnson, que a teria dito no meio da Primeira Guerra Mundial. Há quem diga que é uma citação ainda mais antiga, feita pelo dramaturgo da Grécia Antiga, Ésquilo.

Já vi pessoas famosas, jornalistas, filósofos citarem essa frase creditando ou um ou outro. Isso já mostra que, às vezes, a verdade pode ser uma questão de preferência, como o que temos visto nas últimas duas semanas.

Um contorcionismo enorme para que as narrativas, e são várias narrativas, caibam na verdade eleita por cada um de nós. E eu não estou me eximindo de ir pelo mesmo caminho, embora eu faça um exercício dificílimo, quando a história envolve questões pessoais, de me concentrar nos fatos.

“Na guerra, a primeira vítima é a verdade.” Essa frase já foi atribuída ao senador americano Hiram Johnson, que a teria dito no meio da Primeira Guerra Mundial. Há quem diga que é uma citação ainda mais antiga, feita pelo dramaturgo da Grécia Antiga, Ésquilo.

Já vi pessoas famosas, jornalistas, filósofos citarem essa frase creditando ou um ou outro. Isso já mostra que, às vezes, a verdade pode ser uma questão de preferência, como o que temos visto nas últimas duas semanas.

Um contorcionismo enorme para que as narrativas, e são várias narrativas, caibam na verdade eleita por cada um de nós. E eu não estou me eximindo de ir pelo mesmo caminho, embora eu faça um exercício dificílimo, quando a história envolve questões pessoais, de me concentrar nos fatos.

Primeiro, o porta-voz do ministério da saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, falou em 500 mortes, depois mudou o discurso para centenas.

Em outra entrevista, Mohammad Abu Selim, chefe de outro hospital na região, disse que eram 300 mortos. A France-Press, agência de notícias francesa, diz que conversou com um membro do serviço de inteligência europeu que acredita que o número de mortos seria bem menor, entre 10 e 50. Outra informação que vem circulando é que a explosão foi no estacionamento do hospital, que estaria intacto. Não há nenhuma informação independente sobre a real situação. O que podemos concluir? Muito pouco, mas a maioria das pessoas já escolheu no que acreditar. Na narrativa que se encaixa melhor às suas crenças.

Passamos os últimos anos falando sobre como os grupos extremistas de direita conseguiram controlar a narrativa. Vimos o surgimento de agências para aferir as informações que circulam na internet para tentar diminuir a desinformação. O jornalismo foi essencial para que não mergulhássemos num buraco de fake news. Entender o que é verdade e o que é propaganda dos dois lados do conflito é urgente, inclusive para o jornalismo. Ou seremos nós, todos nós, os perdedores dessa guerra.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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