Biografia de Paulo Leminski barrada pela família volta a circular em nova editora

A capa da nova edição de ‘Paulo Leminski – O Bandido que Sabia Latim’ traz uma fotografia de Américo Vermelho e design do cartunista Solda, ambos amigos do poeta

Após liberação do Supremo Tribunal Federal, Toninho Vaz publica pela Tordesilhas nova edição de livro sobre o poeta

A biografia “Paulo Leminski: O Bandido que Sabia Latim”, do jornalista Toninho Vaz, vai voltar a circular em outubro depois de nove anos indisponível por um veto da família do poeta à quarta edição da obra.

Lançada pela primeira vez em 2001 pela Record, a obra ficou famosa por revelar a existência de um filho de Leminski até então desconhecido. Quando estava prestes a ser reeditada pela Nossa Cultura foi barrada por uma interpelação das herdeiras do biografado junto à editora.

Depois que o Supremo Tribunal Federal derrubou, em 2015, a exigência de autorização para a publicação de biografias —na rumorosa decisão em que a ministra Cármen Lúcia proferiu seu “cala a boca já morreu”—, o livro de Vaz já poderia ser reimpresso. Tanto que agora, quando a nova edição enfim sai pela Tordesilhas, o jurídico da casa nem hesitou, segundo o autor.

“A editora pegou o livro, viu que havia demanda e possibilidade jurídica de ser reeditado e nem falou com as herdeiras”, afirma Vaz. Desde a proibição de 2013, a obra estava esgotada e só podia ser achada em sebos, segundo o escritor, e agora volta às livrarias com um prefácio que conta todo esse enrosco legal.

“O motivo alegado da censura foram as cinco linhas novas que adicionei àquela edição falando do suicídio do irmão do Leminski, Pedro”, diz o autor. “Mas a família nunca veio falar comigo. E, na mesma canetada, censuraram também dois livros de Domingos Pellegrini e Régis Bonvicino. Agora eu vou publicar aquelas mesmas cinco linhas no lugar onde deveriam estar.”

Ilustrada

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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