O golpe foi anunciado, ontem, oficialmente, e para o mundo

A situação nunca foi tão grave. Nos EUA, Trump anunciou, antecipadamente, que não aceitaria o resultado das eleições (se perdesse). Bolsonaro acaba de declarar que, se a legislação eleitoral em vigor for mantida, não haverá eleições. Falou na primeira pessoa do plural, se referindo às Forças Armadas. Essa declaração de guerra ao TSE e à Lei, à Constituição, ocorreu dentro do Palácio, com transmissão oficial ao vivo, diante dos Embaixadores convocados. Até agora, os presidentes da Câmara, do Supremo e do PGR, permanecem calados.

Se as instituições estivessem funcionando, Bolsonaro teria de ser deposto e preso. Isso não vai acontecer, o que demonstra que nós já não vivemos sob o Estado democrático de direito. Se a sociedade estivesse mobilizada e plenamente consciente do que está acontecendo, hoje haveria greve geral e milhões de pessoas tomariam as ruas de todo o país. Não é o caso, desafortunadamente. Então, só nos resta mobilizar o que for possível, reunir a oposição e as organizações da sociedade civil. Todas elas. As universidades têm de parar. Quem puder parar, tem de parar. Agora. Nem mais um passo atrás ou o triunfo do golpe, já iminente, será certo e irreversível.

Luiz Eduardo Soares

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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