Lula foi promíscuo (para dizer o mínimo)

Sejamos compreensivos com Lula. Como ele poderá explicar certas coisas que o constrangem e que lhe subtraem apoios se a cada novo dia se descobre mais uma que deveria envergonhá-lo?

A Odebrecht desmentiu que tivesse reformado de graça o sítio que Lula sempre disse pertencer a terceiros, embora regularmente ocupado por ele e sua numerosa família. Foram 111 vezes de 2012 para cá.

Então apareceu a dona de uma empresa de materiais de construção que depôs ao Ministério Público de São Paulo e contou que um funcionário da Odebrecht lhe comprara cimento e tijolos para a reforma do sítio.

A Odebrecht voltou a desmentir a história. Foi quando se localizou o engenheiro da Odebrecht encarregado da obra.

O engenheiro disse que estava de férias e que atendera ao pedido de um amigo, um tal de Carlos, para supervisionar a reforma de um sítio. Um sítio de quem? Não sabia. Qual o sobrenome do amigo? Não lembrava.

Esse mesmo engenheiro, acossado pelo Ministério Público, finalmente lembrou que ajuda a reformar o sítio por ordem direta dos seus chefes. Quais? Não disse quais. Mas disse que eram chefes da Odebrecht.

Ontem à tarde, a Odebrecht, que está rouca de tanto proclamar a inocência dos seus executivos presos pela Lava-Jato, reconheceu que fora ela que reformara o sítio de Atibaia. Fê-lo porque qui-lo.

A Odebrecht não tem por hábito sair por aí reformando de graça sítios alheios. Reformou o de Atibaia porque ele é de Lula. Ou melhor: de terceiros, amigos de Lula, ou amigos de amigos dele.

Por que Lula aceitou que uma empresa cliente do seu governo, patrocinadora de suas palestras milionárias, reformasse de graça um sítio frequentado por ele?

Na melhor das hipóteses, Lula mandou às favas todos os escrúpulos. Prevaricou como prevaricaram políticos desonestos atacados por ele no passado. Na pior… É isso mesmo o que você está pensando.

Ricardo Noblat Memórias do blog|Texto publicado em 26/02/2016

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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