Mamata dos Bolsonaros pretendia ser eterna como os diamantes

Família que até rapelou moedas do espelho d’água tem cara de muambeira

Enganou-se quem imaginou que no início do ano nos livraríamos da sensação de passar raiva com a família Bolsonaro. Assim como o personagem Alexandre da novela “A Viagem”, seus integrantes voltam para nos assombrar, quando todos achavam que estariam mortos politicamente.

Agora a assombração vem da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. Em 2021, um militar da comitiva do governo tentou entrar no Brasil com R$ 16 milhões em joias na mochila.

Como não foram declarados, os artigos de luxo foram apreendidos pela Receita Federal. Segundo o militar sacoleiro, tratava-se de um presente do governo da Arábia Saudita a Jair e Michelle Bolsonaro.

A lorota morreu mais rápido do que as carpas do espelho d’água do Alvorada. Se os itens fossem um presente, passariam isentos pela Receita, não escondidos em uma mochila, como um laptop contrabandeado, e iriam para o acervo histórico da Presidência.

A história levantou suspeitas de que a mamata do ex-governo seja mais eterna do que os diamantes contrabandeados.

Além de tentar faturar com cheques, imóveis, rachadinhas, lavagem de dinheiro, superfaturamento de vacinas, e até rapelado moedas do espelho d’água, talvez a família Bolsonaro também seja muambeira.

Há quem desconfie que as joias apreendidas são apenas uma pequena amostra dos objetos ilegais que circularam pelas fronteiras no último governo. Há suspeitas de contrabandos muito mais pesados.

Funcionários da Receita investigam se integrantes da comitiva teriam levado centenas de livros do Olavo de Carvalho para a França, o que pode causar danos cerebrais gravíssimos aos cidadãos.

Também suspeitam de um possível tráfico de miojo brasileiro ao Japão durante a estadia de Bolsonaro, que detesta comida japonesa, no país.

Há indícios de que assessores do ex-presidente tenham levado, clandestinamente, colares de nióbio à Itália. A bijuteria de gosto duvidoso poderia contaminar o design local.

Por último, o pior contrabando do ex-governo, o transporte do próprio Bolsonaro até os Estados Unidos.

Além de ser inútil ao país, a carga desperdiça oxigênio e polui o ambiente com as asneiras ditas ao vento. O temor é que, a qualquer momento, ela seja considerada ilegal e devolvida ao Brasil.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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