O Rio de Janeiro continua rindo

A POLÍCIA prende – seis anos depois do crime – os mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. São três, até que a justiça os absolva: um conselheiro efetivo do tribunal de contas do Estado, o irmão deste, deputado federal, e um ex-chefe da polícia civil do Rio. O Rio não tem jeito desde que a família aqui aportou, fugindo de Napoleão, que não queria a coroa portuguesa ainda como testa de ferro da Inglaterra. Na falta de moradia, D. João, mulher, mãe e filhos receberam de presente a casa do maior importador de escravos da época (quando só era crime contrabandear e não pagar imposto no negócio de escravos).

Nem a República que se iniciava purificou o Rio, que já apodrecia com as casas velhas que o marido da Princesa Isabel explorava alugando para miseráveis e delinquentes (foi o Conde D’Eu que preparou a infraestrutura das favelas; o governador Leonel Brizola só as melhorou para melhorar suas votações). Aqui do Paraná conservador o Insulto vê o Rio como uma Sodoma e Gomorra sem anjo vingador, sem fogo e estátua de sal, mas dando lições de vida e pecados à mulher e às filhas de Jó.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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