Mauro Cid admitiu em mensagem que joias são bens de interesse público

Em março, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro enviou a Fabio Wajngarten imagens com trecho de lei sobre venda de presentes

Em mensagens sobre as joias recebidas pela Presidência como presente do governo saudita, o tenente-coronel Mauro Cid (foto) admitiu em 5 de março deste ano que os itens eram de “interesse público, mesmo que sejam privados”

No diálogo, obtido pelo UOL, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro envia ao advogado Fabio Wajngarten imagens com trecho da Lei 8.394 que diz “em caso de venda, a União terá direito de preferência”.

A troca de mensagens aconteceu dois dias depois de o Estadão revelar o caso das joias sauditas. No diálogo, Cid demonstra preocupação com a repercussão da imprensa.

“Parece que hoje deu uma acalmada”, escreveu Cid a Wajngarten. O advogado respondeu “magina” e encaminhou uma reportagem da Folha sobre outro kit que entrou no Brasil sem declaração, em outubro de 2021.

“Caramba!!”, respondeu o tenente-coronel.

Na sequência, Cid respondeu a uma série de perguntas de Wajngarten sobre o segundo kit, mas não mencionou que o relógio tinha sido levado por Bolsonaro no avião presidencial, em dezembro de 2022.

Conforme apurado por O Antagonista, Bolsonaro, Michelle e Wajngarten acordaram se manter em silêncio quando questionados pela Polícia Federal sobre o caso das joias, na quinta-feira. O ex-presidente, que considerava a tática uma confissão de culpa, optou pela estratégia numa tentativa de blindar a ex-primeira-dama.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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