Mostravídeo Itaú Cultural: sessão Cinema Contemporâneo

Uncle Boonmee. Divulgação

Na terceira sessão do mês, a Mostravídeo Itaú Cultural promove a estréia em Curitiba do último filme do cineasta tailandês Apichatpong Weerasethakul, premiado com a Palma de Ouro em Cannes em 2010. No filme, Apichatpong radicaliza algumas das principais proposições narrativas e estéticas do seu cinema (as divisões da trama, os efeitos sonoros e visuais, a mistura entre o real e o fantástico) para contar a história de um homem dividido entre o conhecimento da ciência e os estranhos saberes de suas vidas passadas.

Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas | Apichatpong Weerasethakul, Tailândia, 2010, 113′ | cópia 35 mm. Gratuito. Sessão única. Inédito em Curitiba, quinta, 21/7, às 19h30. * Esta sessão será realizada na Cinemateca de Curitiba (R. Pres. Carlos Cavalcanti 1174 – São Francisco). Apresentação de Nikola Matevski (Revista Contracampo/Paço da Liberdade).

Sofrendo de insuficiência renal, tio Boonmee escolhe passar seus últimos dias na floresta, cercado por pessoas que o amam. O fantasma de sua falecida mulher aparece para tomar conta dele, e seu filho desaparecido há tempos retorna para casa numa forma não-humana. Refletindo sobre as causas da doença, Boonmee anda pela floresta lembrando-se de suas vidas passadas em forma de homem ou animal.

Lembrar e esquecer como cinema

Na programação de julho da Mostravídeo Itaú Cultural, um conjunto bastante heterogêneo de filmes nos leva de uma ponta a outra da relação entre o cinema e a memória, investigando o poder das imagens de evocar o passado, de preservar ou reorganizar seus acontecimentos, de jogar com as marcas residuais que deixa na vida cotidiana ou na história. Passamos do cinema ensaístico de Alexander Kluge (em Belo Horizonte) e da narrativa surrealista de Apichatpong (em Curitiba) ao menos conhecido José Luis Guerin, que constrói com um lirismo e uma liberdade incomuns sua busca pelos rastros de um velho filme de John Ford (The Quiet Man) numa pacata cidade irlandesa. No outro extremo dessa linha (com uma simplicidade perdida, talvez irrecuperável), os curtas documentais do italiano Vittorio de Seta nos conduzem ao sul da Itália e à beleza (também esquecida) dos seus habitantes. Por fim, encerrando o mês, a mostra conta com o filme e a presença do cineasta e pesquisador Carlos Adriano, que parte de um registro do século passado de Santos Dumont para fazer um elogio atemporal ao movimento, ao cinema e ao amor.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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