Mudança da percepção no Supremo sobre a possibilidade de prisão de Jair Bolsonaro

Diante da série de investigações que avançaram ao longo do ano sobre Jair Bolsonaro, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) mudaram sua percepção sobre uma prisão do ex-presidente. Se em janeiro a avaliação era a de que uma prisão poderia tumultuar o cenário nacional e aumentar seu capital político, hoje a leitura é de que as chances de o ex-presidente escapar de uma punição são pequenas.

Quatro magistrados ouvidos pela coluna avaliam que, pelos elementos já tornados públicos — como a falsificação dos cartões de vacina, as joias da Arábia Saudita e, em especial, a arquitetura de um golpe de Estado envolvendo diretamente Bolsonaro —, “é muito difícil” que o ex-presidente receba uma pena que mantenha sua liberdade.

DELAÇÃO É FRACA – Mesmo com as dúvidas levantadas pelo subprocurador-geral Carlos Frederico dos Santos sobre a delação do ex-ajudante ordens da Presidência Mauro Cid, os ministros da corte receberam informações de que a Polícia Federal avançou em provas ligadas aos fatos narrados pelo militar. Em entrevista ao Globo, Santos afirmou que a delação “é fraca”.

No STF, a expectativa é que a PF conclua em três meses a investigação sobre a atuação do ex-presidente em um plano golpista para impedir a posse de Lula. Esse é o caso considerado o mais grave e que pode levar Bolsonaro à prisão para os ministros da corte.

Os ministros seguem com a opinião de que hoje não há elementos que justifiquem uma prisão preventiva do ex-presidente e defendem que ele precisa ter “todas as garantias do processo legal observadas” nos processos pelos quais responde.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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