A abandonada

Deputados do PL consideram, no mínimo, “muito difícil” a situação de Carla Zambelli, que corre o risco de perder o mandato. O envolvimento com Walter Delgatti, conhecido como o hacker da Lava Jato, seria a “pá de cal”, segundo um parlamentar do partido.

Publicamente, o PL defende Zambelli ao chamar de “barbaridade” a operação da Polícia Federal que fez busca e apreensão de documentos em seu gabinete na Câmara. Reservadamente, os colegas reconhecem que talvez seja preciso “entregá-la” para poupar o ex-presidente Jair Bolsonaro da culpa.

Na coletiva dada pela deputada na quarta-feira (2), apenas 10 parlamentares do PL – de uma bancada de 99 na Câmara – compareceram para apoiá-la.

A rejeição a Zambelli no PL se estende das alas mais moderadas até os bolsonaristas mais radicais, que atribuem às atitudes da parlamentar parte da responsabilidade pela derrota de Bolsonaro. O episódio em que ela perseguiu armada um jornalista pelas ruas de São Paulo é sempre citado pelos colegas como fator determinante para o resultado.

A ausência de uma defesa coordenada e enfática dos colegas, segundo um deputado do PL, é o sinal mais claro possível de abandono. Pode até haver declarações públicas, mas sem esforço para salvá-la.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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