Não é preciso se encaixar em padrões nem fazer nada que não se esteja a fim

Vivemos em um mundo, inseridos em uma cultura, em que há padrões para tudo. O padrão de beleza, por exemplo, é um dos grandes, polêmicos e… tóxicos! Sim, bem tóxico! E é de padrões tóxicos que vamos falar aqui hoje.

A pergunta é: há padrões a seguir quando o tema é sexualidade?

E a resposta, simples e ao mesmo tempo complexa, é: não, não há padrões a seguir. Pelo contrário, cada pessoa pode e deve viver a sexualidade à sua maneira, com a sua cara, o seu jeito, os seus valores, as suas crenças, os seus limites, as suas possibilidades.

Claro que é importante ter bom senso nessa história e lembrar que fazer as coisas à sua maneira NÃO inclui desrespeitar ninguém.

Isso nos remete a algo que já falei por aqui nas nossas colunas, mas vale repetir com uma pitada a mais: a de bom senso, que inclui uma boa noção de até onde ir. E a dica fundamental você já conhece. A gente só deve ir até onde aquela prática não nos fere física nem emocionalmente, nem fere a quem está ao lado.

Levando tudo isso em consideração, parece que fica mais simples não é mesmo? Mas há algo de complexo por aqui, que é viver, na prática, o que estamos papeando na teoria.

Vou exemplificar. Quando estamos em um grupo, e a turma toda quer fazer algo, é muito difícil não ir no embalo e fazer também, mesmo que a gente não esteja a fim. E é em casos como esse que entra a ideia de que nem você, nem ninguém, precisa seguir ou perseguir um padrão.

Você pode e deve, na verdade, fazer as coisas do seu jeito, no seu tempo, com a sua cara, respeitando os seus limites e as suas possibilidades.

Isso se encaixa super quando estamos falando de beijar, abraçar, acariciar, fazer sexo oral, sexo anal, penetração vaginal e tudo o mais que diz respeito à prática do sexo. Se encaixa também nas múltiplas maneiras de viver os relacionamentos amorosos e sexuais.

Estamos falando aqui de se sentir homo (gostar amorosa e sexualmente de pessoas do mesmo sexo), ou heterossexual (gostar amorosa e sexualmente de pessoas do outro sexo). Ou bissexual (gostar amorosa e sexualmente de pessoas de ambos os sexos). Ou ainda pansexual (gostar amorosa e sexualmente de todos os sexos e gêneros, que são as infinitas formas de se apresentar ao mundo).

Ou seja, tudo precisa ser feito MESMO do seu jeito, com a sua cara, sem se prender a um padrão fixo. Assim fica mais espontâneo, mais saudável, mais responsável e, claro, mais prazeroso.

Que tal dar novos significados ao seu jeito de ser, valorizar cada vez mais a sua opinião, se fortalecer e só fazer aquilo que estiver realmente a fim, sem seguir e/ou ceder a pressões internas (cobranças suas) ou externas (do grupo, de quem está de fora, da cultura, do mundo ao redor)?

Vá no seu tempo, do seu jeito, em tudo na vida, especialmente nas vivências amorosas e sexuais. Se respeite e a quem está ao lado. Assim dá, sim, tudo muito mais certo. Acredite!

Se você tem alguma dúvida, sugestão ou pergunta, mande para folhateen@grupofolha.com.br. Até a próxima coluna!

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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