O estupro como arma de guerra

Vida de mulheres na Faixa de Gaza é recheada de violências

Uma camionete desfila nas ruas de Gaza, acompanhada por uma multidão de homens. Na caçamba, terroristas armados e o corpo de uma mulher seminua, vilipendiada, levada feito um animal, como um troféu. Shani Louk é germano-israelense e estava no festival de música invadido pelo Hamas. Mesmo local em que Noa Argamani foi sequestrada por motoqueiros. São imagens que jamais sairão da memória.

A violência contra as mulheres é usada como arma de guerra desde sempre. A historiadora italiana Lucetta Scaraffia explica que os exércitos vencedores exercem um direito de posse sobre o corpo das mulheres dos vencidos, tanto para dar vazão ao instinto sexual dos soldados, quanto para aterrorizar e humilhar as populações derrotadas. “Violar a mulher do inimigo é feri-lo naquilo que se considera que ele tem de mais íntimo e de mais precioso.”

No caso do Hamas, há outro ingrediente nefasto nessa motivação: mesmo mulheres de sua origem são consideradas propriedade, cidadãs de segunda categoria. Desde que assumiram a Faixa de Gaza, os direitos civis femininos entraram em declínio e a vida é recheada de violências física, sexual, psicológica, econômica. Há restrições para trabalhar, estudar, de liberdade de expressão e de circulação. São proibidas de andar de moto, fumar em público. Desencorajadas a qualquer atividade de lazer ou mesmo a denunciar incesto. São mortas, acusadas de crimes contra honra. É um dos lugares no Oriente Médio que mais se destaca pelo número de casamentos infantis. O testemunho de uma mulher vale menos do que de um homem. Desigualdade de gênero é a norma.

Não surpreende que o Hamas sequestre, vilipendie, estupre, mate e desfile em praça pública mulheres de origem israelense. O que assombra é ver quem se diz feminista relevar as ações de uma organização misógina em nome de uma ditadura teocrática miliciana. Não é sobre o direito das mulheres, é só política.

A violência contra as mulheres é usada como arma de guerra desde sempre. A historiadora italiana Lucetta Scaraffia explica que os exércitos vencedores exercem um direito de posse sobre o corpo das mulheres dos vencidos, tanto para dar vazão ao instinto sexual dos soldados, quanto para aterrorizar e humilhar as populações derrotadas. “Violar a mulher do inimigo é feri-lo naquilo que se considera que ele tem de mais íntimo e de mais precioso.”

No caso do Hamas, há outro ingrediente nefasto nessa motivação: mesmo mulheres de sua origem são consideradas propriedade, cidadãs de segunda categoria. Desde que assumiram a Faixa de Gaza, os direitos civis femininos entraram em declínio e a vida é recheada de violências física, sexual, psicológica, econômica. Há restrições para trabalhar, estudar, de liberdade de expressão e de circulação. São proibidas de andar de moto, fumar em público. Desencorajadas a qualquer atividade de lazer ou mesmo a denunciar incesto. São mortas, acusadas de crimes contra honra. É um dos lugares no Oriente Médio que mais se destaca pelo número de casamentos infantis. O testemunho de uma mulher vale menos do que de um homem. Desigualdade de gênero é a norma.

Não surpreende que o Hamas sequestre, vilipendie, estupre, mate e desfile em praça pública mulheres de origem israelense. O que assombra é ver quem se diz feminista relevar as ações de uma organização misógina em nome de uma ditadura teocrática miliciana. Não é sobre o direito das mulheres, é só política.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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