RATINHO JÚNIOR telefonou a Sérgio Moro na véspera da demissão do ministro. Disse que o Paraná o receberia “de braços abertos”. Cansa essa mania de político achar que fala pelo povo. Uma vez no governo, fazendo jogadas para se manter vivo no poder, só o eleitor fanático – e por isso cego e tolo – concorda que o político fala em seu, dele eleitor, nome.
O Insulto se exclui do abraço do Paraná. Moro, se quiser ser levado minimamente a sério, que faça aquilo que todos exigem de Lula – e que não veio: a autocrítica. Quem receberá Moro de braços abertos é a mulher dele, com a mesa posta com excesso de talheres e a sopinha “do amor”; mais Álvaro Dias, que sonha um “Moro com ele” no Podemos.
O governador quer levar Moro para seu secretariado? Não dá. Moro é nacional; não figurante do enredo pobre e provinciano desta Quinta Comarca. A menos que Ratinho Júnior, pressentindo o perigo, queira abandonar a nau dos insensatos, agora que Sérgio Moro, um projeto de iceberg, abriu nela um buraco na quilha.