O Brasil dos 3 patetas não tem maneira de dar certo

No período em que convivi com o banqueiro Walther Moreira Salles, o Brasil estava em moratória e havia a necessidade de uma negociação penosa com os credores e governos nacionais. Em um de nossos almoços, um dos filhos indagou como ele faria pra renegociar a dívida, ele que foi o grande negociador da dívida externa brasileira nos anos 50.

Ele foi objetivo. Chegaria nos Estados Unidos e marcaria um encontro com um irmão do presidente George Bush em um clube de tênis em Nova York. Depois, encontro com outro americano ilustre em um clube social de Washington. Indaguei dele sobre as tecnicalidades da negociação. Moreira Salles foi sucinto:

– Podem existir computadores, planilhas, tecnicalidades. Mas, na diplomacia nada substitui as relações pessoais.

Nos últimos tempos, o chanceler Ernesto Araújo, o idiota, se vangloriava do país ter se tornado um pária internacional. Confrontado com a realidade, assumiu-se como pária: “Sim, o Brasil hoje fala de liberdade através do mundo. Se isso faz de nós um pária internacional, então que sejamos esse pária”.

Hoje a vacinação depende de produtos ativos importados da China e do Índia. E não há uma interlocução sequer entre Itamarati e a diplomacia desses países.

Luís Nassif

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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