O Brasil é o pior país do mundo no combate à pandemia

Nesta quinta-feira foi divulgado um ranking que coloca o Brasil como o pior país do mundo no combate à epidemia de Covid-19. O estudo é do Lowy Institute, da Austrália, que tem credibilidade internacional. O governo de Jair Bolsonaro fez o Brasil chegar em último lugar entre 98 países. Em penúltimo está o México, que tem sofrido também com um presidente negacionista, o esquerdista López Obrador.

Este é um retrato atual feito pelo Lowy Institute, no entanto pode-se projetar a partir dele muito mais dificuldades adiante, com consequências lógicas que terão de ser enfrentadas por um país que tem errado demais nesta pandemia. Avisos da imprensa internacional sobre os descaminhos do Brasil vêm sendo comuns, desde que Jair Bolsonaro começou a aparecer como um provável ganhador da eleição para presidente. Acumulam-se os alertas, bem fundamentados, amparados em estudos e na opinião de especialistas.

Na economia e na política, em poucos meses os maus presságios viraram realidade. Agora são os avisos sobre a má condução na pandemia que se configuram numa realidade trágica.

A revista britânica The Economist foi uma das pioneiras em alertas sobre esta mania nacional de brincar à beira do abismo, expondo com bons fundamentos os riscos trazidos por Jair Bolsonaro, quando ele era ainda apenas uma ameaça. Uma matéria de capa de setembro de 2018 trazia um retrato dramático da situação brasileira, no cenário trágico que vinha dos mais de dez anos do PT no poder. O país necessitava de uma transição para reverter a grave crise, que envolvia má-gestão e muita corrupção.

No entanto, eram previstos dias difíceis pela frente, se fosse feita a opção por um populista de direita. “O risco é que tudo fique ainda pior”, escrevia a The Economist, afirmando também que Bolsonaro colocaria em risco a sobrevivência da democracia no “maior país da América Latina”. Bem, acertaram completamente, além de que, nesta mesma matéria, alertavam ainda sobre efeitos desastrosos no futuro do Brasil com o alinhamento incondicional de Bolsonaro ao presidente Donald Trump.

Depois foi a vez do jornal americano Washington Post tratar Bolsonaro como “o pior presidente mundial da pandemia”. Isso foi em abril do ano passado. O novo coronavírus era um recém-chegado, tendo matado ainda menos de dois mil brasileiros.

O jornal americano chegou a esta conclusão acertada, a partir de uma avaliação do governo do sem noção que virou presidente brasileiro — que já soltava bobagens sobre a doença, como afirmar que tudo não passava de uma “gripezinha”, fazendo o papel de sabotador entre os brasileiros que se esforçavam em encontrar meios para o combate a um vírus mortal.

Ora, acabamos no meio da mais grave crise sanitária de todos os tempos, embora não tenham faltado avisos sobre os erros que nos encaminhavam para esta condição horrorosa. Este último lugar na pandemia dado pelo Lowy Institute projeta horizontes ainda piores e poderia servir para amenizar o estrago que está por vir. Mas nada indica que o Brasil mudará sua tendência de utilizar avaliações e estudos apenas para ficar à espera de que o pior aconteça.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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