O CPF que incrimina

Diz a terceira lei de Newton que a toda ação corresponde reação igual e contrária. Arthur Lira vinha poderoso como condestável da república, chantageando Lula, exigindo favores do Tesouro para sua banda parlamentar e, dia desses, no auge do autoritarismo, determinou a demissão do senador Renan Calheiros Filho do ministério. A família Calheiros não pode ser perdoada porque impôs humilhante derrota ao não eleger os candidatos a senador e governador de Alagoas apoiados por Lira. Aqui a ação e a reação. Que continuam com a cobrança da demissão de Renan, filho de outro Renan, a nêmesis de Lira.

No mesmo dia, um raio fulminante da PF prende ex-assessor de Lira e mutreteiro com verbas do orçamento secreto. O local do crime, óbvio, Alagoas. A sujeira respinga em Lira, a favor de quem, diria Deltan Dallagnol no Roda Vida, não milita a presunção de inocência. Dizem agora que foi retaliação do governo. Pode ser, apenas quanto ao momento, porque não há condições de em um dia levantar fraude de R$ 8 milhões, sendo R$ 4 milhões ainda no cofre do suspeito. Lira exime-se do problema com defesa auto condenatória: “cada qual responde por seu CPF”. É que corrupto não dá recibo com CPF. Lira sabe.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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