O dilema petista

Lula ainda não definiu a estratégia do PT para as eleições municipais

O PT debate se deve ou não usar as solenidades do 8 de janeiro para começar sua campanha eleitoral para a eleição municipal do ano que vem. Uma das ideias é aproveitar a lembrança da tentativa de golpe, com a depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, para reutilizar o discurso da ameaça à democracia.

O sentimento majoritário é de que a legenda e seus aliados devem trabalhar, de novo, o medo do risco de um eventual golpe de Estado pelos herdeiros políticos de Jair Bolsonaro para dissuadir o voto em prefeitos e vereadores bolsonaristas no ano que vem.

A questão é que prefeito e vereador não têm força política, nem instrumentos de Estado para dar um golpe.

Uma parte do partido, porém, é contra o uso do fantasma de um golpe e tem dois arguementos. O primeiro é batido: tratar do risco-Bolsonaro significa dar a ele legitimidade e importância política.

O segundo é que nas eleições municipais o eleitor está preocupado com questões menos teóricas e mais práticas, como posto de saúde, buraco na rua e poda de árvores. Dar pouca relevância a esses temas, pode enfrequecer os candidatos locais do PT ou seus aliados.

Lula ainda não decidiu. Mas, segundo seus interlocutores, está inclinado a optar por nacionalizar o discurso.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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