O jogo das trocas

A aprovação das convocações de João Pedro Stedile e José Rainha, lideranças do MST, para depor na CPI que investiga o movimento foi vista por parlamentares como uma vingança da oposição à base do governo que é maioria em outra comissão, a que investiga os ataques do 8 de janeiro.

A princípio, a ideia do relator da CPI do MST, Ricardo Salles (PL-SP), era ouvir líderes regionais do movimento para só depois convocar os principais nomes do grupo. No entanto, como a oposição tem encontrado dificuldades para aprovar requerimentos de convocações de nomes ligados ao governo Lula na CPMI do 8 de janeiro, os aliados de Bolsonaro vão usar o outro colegiado para pressionar a gestão petista.

Um exemplo foi a tentativa, na terça-feira (20), de votar o requerimento para convidar do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, para depor na CPI do MST. Seria o primeiro integrante do governo a ser ouvido na comissão e uma forma de desgastar o Palácio do Planalto.

O requerimento foi retirado de pauta após negociação com a base governista, mas a direção da comissão presidida pelo deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) não descarta colocá-lo em votação nos próximos dias.

É, na interpretação de um deputado, uma tentativa de se chegar a um acordo entre integrantes das duas CPIs. Como mostrou o Bastidor, a oposição tenta ouvir o ministro da Justiça, Flávio Dino, na CPMI do 8 de janeiro, mas a maioria do colegiado tem vetado e sinalizado que a convocação só será apreciada após todos os depoimentos de bolsonaristas envolvidos.

No entanto, após negociações com a base governista, os aliados do ex-presidente conseguiram aprovar a convocação do ex-chefe do GSI de Lula, Gonçalves Dias. Acordos lá e cá.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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