O Judiciário começa a virar povão

Se alguém aí levanta, respeitosamente, o nariz para criticar os desencontros que vêm se repetindo entre juízes, promotores e ministros dos tribunais superiores, comete um equívoco, como diriam, cada um de per si, Sérgio Moro e Dias Toffoli.

Pelo contrário: cada brasileiro deveria repetir “eu gossssto”.

As rixas frequentes na interpretação da lei fazem os homens da capa preta descerem do pedestal e agirem como povo, o que lhes dá a necessária dose de humanidade.

Nenhuma casta de altos servidores da República ficou tão distante do cheiro de povo como o Judiciário, em todas as suas esferas. Políticos, policiais, professores e todas as demais categorias amassam o barro das ruas para exercerem o próprio ofício.

Agora, ao se lançarem na maior de todas as batalhas contra a corrupção, tiveram que arregaçar as mangas engomadas e enfrentar dissidências entre seus pares.

Bom momento para a juizarada e bom momento para o País. Que se desentendam, sempre. E no calor do embate, contem tudo o que sabem.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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