O melhor dos dois bundos

NEYMAR – o Júnior – é processado pelo grupo LGBT+ por ter insinuado que gostaria de enfiar um “cabo de vassoura no ânus de um senhor gay”. Não disse o nome, mas todo mundo sabe que se dirigia ao namorado da mãe, moço bonito assumidamente bissexual. Vai além e chama o “senhor gay” de “viadinho”. Deve conhecer muitos no futebol.

Esse menino, o Júnior, passou da idade do complexo de Édipo. Está certo que entre a mãe e a irmã dele, Rafaela, não tem erro, qualquer homo, hétero ou bissexual não vacila, fica com a mãe, que é bonita, bem fornida, sem tatuagens escandalosas e acima de tudo discreta. Quanto a chamar o rapaz de “viadinho”, ora por favor.

De viadinho, o moço só tem os antigos namorados. Mas agora, pegando a mãe do craque, ele, se não assina a ficha do clube hétero, pelo menos passa aos pegadores uma baita inveja. Ainda que o moço use cabo de vassoura, como édipo júnior quer, hoje os cabos são macios, de borracha, flexíveis e cômodos – inclusive para varrer.

Tem mais. O viadinho em questão não se veste como tal. Nem se exige com mulheres lindas, que logo descarta, como como o gay que sai do armário para buscar jogo no closet. Em texto esquecido, Millôr discorreu sobre a vantagem do bissexual. Diz que os bissexuais têm o melhor dos dois bundos, perdão, mundos.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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