O mentor do ódio e da violência

Aquilo que mais se temia já começou a acontecer, desgraçadamente. Aqui mesmo no Blog do Zé Beto leu-se (e, depois, a imprensa encarregou-se de espalhar internacionalmente) que, no sábado, em Foz do Iguaçu, um agente penitenciário federal invadiu a festa de aniversário de um guarda municipal e o matou com três tiros. Motivo: o guarda municipal comemorava os seus 50 anos com uma festinha temática do PT. Furioso, o agente penitenciário invadiu a festa berrando “Bolsonaro!, “mito!” e outros impropérios. Em seguida, de revólver em punho, disparou três vezes contra o guarda municipal, matando-o diante da família e dos convidados.

Eis aí a maior desgraça criada pelo atual mandatário de Brasília: o ódio, o fomento do ódio entre os brasileiros.

Depois do crime, uma voz do Palácio do Planalto tem a coragem de indagar: “E o que é que eu tenho a ver com isso?”

Respondemos: Tem tudo, excelência. Tem tudo!

A campanha presidencial ainda nem começou oficialmente, mas já está mostrando como deverá ser desenvolvida neste ano da graça de 2022. Aliás, no mesmo sábado os apoiadores da víbora planaltina concentraram-se na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para defender o armamento da população – um dos mais acalentados sonhos do “Mito”.

Desde que assumiu o trono presidencial, o insano não tem feito outra coisa, além de propagar a desarmonia, a intriga, a intolerância, a raiva, a fúria entre as pessoas. Com um discurso imbecil e vazio, legitima ações de violência de seus seguidores zumbis. E segue em frente, de olho na reeleição.

Em uma de suas primeiras falas, aliás, no Acre, já convocara a horda desqualificada que o segue: “Vamos metralhar a petralhada!”, utilizando o tripé da câmara como simulação de uma arma. Poucos dias depois, um mestre capoeirista baiano foi morto a facadas por um seguidor bolsonarista que confirmou o motivo político do crime.

O diabo é que o ódio, gerado, alimentado e disseminado pelo maldito que ora deslustra o Palácio do Planalto, qual o vírus de uma pandemia, alastra-se por todo o contingente de apoiadores da maligna figura, com efeitos devastadores: cega-os, bloqueia-lhes o raciocínio e orienta o seu comportamento.

Após o crime de Foz do Iguaçu, enquanto os petistas debitaram a culpa ao capitão, os seguidores do dito silenciaram, ignoraram o fato, “um recado eloquente de que consideraram o fato como algo corriqueiro, talvez até desejável, no contexto da guerra eleitoral que o país vive”, como registrou o jornalista/analista Fábio Zanini.

O assassino se define como bolsonarista e cristão e considera arma sinônimo de defesa. Ele a usa para o ataque. Em sua derradeira postagem da rede social, repetiu uma publicação do ex-presidente da Fundação Cultural Palmares Sergio Camargo, de triste memória: “Não podemos permitir que bandidos travestidos de políticos retornem ao poder no Brasil. A responsabilidade é de todos nós”.

Esqueceu-se o infeliz de que os bandidos travestidos de políticos já estão no poder, sob a liderança do ídolo dele.

O futuro assusta.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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