O presidente não trabalha, mas está exausto e sua maior atividade é soluçar

Se o homem já não era de trabalhar (nem nos tempos da caserna nem na época do baixo clero na Câmara), imagine agora que está desmitificado. O exame minucioso da maior parte da população —que vê Bolsonaro como um político incompetente, falso, burro e autoritário e o governo que ele representa como corrupto— não teve influência nenhuma para mudar velhos hábitos.

À exceção dos crimes de responsabilidade que comete seguidamente, Bolsonaro continua sem fazer nada. Um sujeito que só pensa nele e despreza o país. Na última semana, depois de papear com membros da sua seita por 50 minutos no cercadinho do Alvorada e voltar a bater na tecla golpista de fraude nas eleições, até ele deve ter achado que era conversa fiada demais e se justificou dizendo que sua agenda estava “meio folgada”.

O repórter Getulio Xavier apurou os dados e descobriu que Bolsonaro falou a verdade uma vez na vida. No mês passado, ele só dedicou 83 horas a tarefas oficiais. Por oito dias não teve nem sequer um compromisso na agenda. Entre 3 e 6 de junho, zero hora trabalhada. A jornada média de trabalho mensal do brasileiro é mais que o dobro da do presidente. Os dispendiosos passeios de moto devem ter sido combinados entre um lanche e outro.

Alvaro Costa e Silva

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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