O homem-bomba de Bolsonaro

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro temem não só o caso das joias, mas o que mais o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, pode dizer à Polícia Federal.

A notícia da revista Veja de que o advogado Cezar Bittencour afirmara que Mauro Cid confessaria que vendeu as joias a mando de Bolsonaro e entregou a ele o dinheiro, fez o ex-presidente explodir e preocupou seus aliados.

Segundo relato de um aliado próximo, Bolsonaro gritou, chamando o pai de Cid, general Lorena Cid de “ingrato”, atribuindo a ele a movimentação do advogado (entenda o por que, para Bolsonaro, o general é ingrato).

Segundo uma fonte com acesso a Bolsonaro, ele já andava irritado com as ameaças de seu “amigo” – Lorena Cid e o ex-presidente foram colegas – de que o filho não iria “segurar nada sozinho” (aqui e aqui). Mesmo assim, Bolsonaro dizia acreditar que seu ex-assistente não o comprometeria.

A preocupação de aliados de Bolsonaro com a disposição de Mauro Cid falar está no fato de que o ex-ajudante de ordens estar sempre presente no dia a dia do ex-presidente.

Cid pode encrencar Jair Bolsonaro não apenas na investigação das joias, mas em outras frentes, como eventuais tentativas de grampos de Alexandre de Moraes, a minuta do golpe para a permanência de Bolsonaro na Presidência da República ou em outros casos. Afinal, foram quatro anos de convivência diária e intensa.

Lembra o aliado que Mauro Cid não apenas participava de reuniões, era um operacional, o faz-tudo de Bolsonaro. Significa que, se o ex-ajudante de ordens decidir ir além da confissão e colaborar com à justiça, poderá indicar os meios para se obter provas contra o ex-presidente.

Segundo relatos de fontes com acesso a Cid, ele demonstra insatisfação principalmente porque sua família ficou exposta. Seu pai foi alvo de operação da Polícia Federal no inquérito das joias na semana passada.

Esta semana, Bolsonaro teve outro baque. Seu amigo e advogado, Frederick Wassef teve quatro celulares apreendidos pela PF.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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